sexta-feira, 6 de maio de 2011

Aula 2: Como fotografar – “Sensores”

Sim, sim, sim! Estamos na segunda aula de uma série de ensinamentos que pretendo expor. Vale lembrar que inicialmente estou tentando passar conhecimento da fotografia básica, voltado àqueles que gostariam de descobrir como funciona o mundo da imagem fotográfica. Por isso, aos que já tem um conhecimento avançado da técnica, que ajude com comentários e complemente o que será dito aqui.
Bom, após ter discorrido brevemente sobre a câmera fotográfica, pretendo dar sequência destrinchando os itens que elenquei na aula passada. E neste ato, falarei sobre os sensores que equipam as DSLRs mais utilizadas no mundo.
Como disse, o sensor é o substituto do filme fotográfico. Ele é um aparato no qual recebe a luz que passa pela objetiva e através de impulsos elétricos transforma a luminosidade em comandos que criam a imagem.
No mercado de máquinas comuns, encontramos dois tipos básicos de sensores: os CCDs (charge coupled device) e o CMOSs (complementary metal oxide semiconductor). Vale frisar que as últimas DSLRs lançadas possuem o segundo modelo de sensor, já que é considerada mais moderna que o CCD pela forma de captação mais versátil. Porém, as máquina compactas ou até as mais modernas “ultrazooms” ainda estão sendo fabricadas com o modelo mais simples (CCD). Nesta ocasião, não falarei acerca da diferença entra o CCD e o CMOS, já que a aula começaria a ficar mais técnica e maçante. Prometo aprofundar nisso numa outra hora.
Mas além da tecnologia empregada na fabricação dos sensores, existe uma outra característica que é o que mais nos importa neste momento: o tamanho dos sensores. Na verdade, a variação de área do dispositivo influenciará totalmente na escolha da objetiva a ser utilizada em cada situação e por isso o usuário deve conhecer o equipamento que está em suas mãos.
Inicialmente, vamos tratar dos sensores que equipam as câmeras full frame, ou “quadro cheio”. Estas máquinas são aquelas que se assemelham às antigas que utilizavam o filme fotográfico, ou seja, as dimensões do sensor são as mesmas ou muito próximas dos fotogramas de 35mm (quadro do filme). Produz imagens na proporção de 3:2 (três partes de comprimento por duas partes de altura), com o sensor, em regra, no tamanho de 36mm x 24mm.
Em contrapartida, as grandes indústrias de fotografia perceberam que é muito caro fabricar sensores full frame, já que a tecnologia empregada é enorme e, consequentemente, uma fatia do mercado poderia ser excluída do consumo de máquinas fotográficas. Por isso, surgiram as câmeras “cropadas” ou, tecnicamente falando, com fatores de corte. Sim, este fator é um valor matemático que o usuário deverá utilizá-lo no momento da escolha da objetiva pretendida para o momento. Explico.
As máquinas com fator de corte possuem sensores menores e por isso os feixes de luz que passam pela objetiva atuam de maneira diferente comparando com os sensores full frames, por exemplo. Claro, a área do dispositivo influenciará totalmente no tamanho da imagem e, em se tratando de sensores menores, para captar a mesma imagem de um sensor maior, as objetivas “se adaptam”  (grosseiramente falando) ao tamanho do dispositivo. E é onde entra o fator de corte, que nada mais é que um multiplicador dos valores apresentados pela objetiva.
Na verdade, os fabricantes em seus manuais de instruções, deixam explícitos este fator. No caso das mais conhecidas câmeras da Canon, o fator é de 1,6. Na Nikon, 1,5 (são valores para os sensores conhecidos como APS-C – Advanced Photo System, tipo C). Obviamente, cada modelo de máquina e marca possuem tamanhos diferentes de sensores e, consequentemente, altera-se o fator de corte. Como exemplo temos sensores de 22,3mm x 14,9mm (Canon 60D) e 23,6mm X 15,6mm (Nikon D7000).
Mas afinal, como utilizar o fator de corte? É simples. No momento que o usuário decide comprar uma objetiva, o vendedor irá apresentar um modelo de distância focal com um range de 70-200mm (exemplificativo). Na verdade, esses valores são designados para o uso da objetiva em câmeras de quadro cheio que possui fator de 1,0x e, no caso de uso em máquinas cropadas, utiliza-se o fator de corte determinado. Em uma Nikon de fator 1,5x, o range desta aquisição hipotética será de 105-300mm (simplesmente multiplica-se os valores da distância focal com o fator). No caso da Canon 1,6x, será de 112-320mm.
Posto isso, conclui-se, portanto, que as imagens de sensores cropados são menores do que as full frames, já que se utilizarmos a mesma distância focal, sem fazer multiplicações, notaremos que as câmeras de quadro cheio incluirão mais motivos dentro da imagem fotográfica.
Como curiosidade, é fácil encontrar usuários leigos que possuem o discurso de que “a minha Cybershot tem um “zoom” maior do que uma DSLR”. Claro, primeiro precisamos analisar as objetivas em questão nas duas máquinas, mas tenha certeza que o grande motivo que torna as máquinas compactas com um “zoom” maior é que os sensores delas são tão pequenos que os fatores de corte costumam ser multiplicadores de distâncias focais enormes, tornando, assim supermáquinas. Conclusão equivocada.

Imagem para ilustrar a proporção entre os tamanhos dos sensores.

Obs: na próxima aula eu falarei sobre as objetivas e complementará o entendimento sobre sensores.

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