quarta-feira, 11 de maio de 2011

Aula 3: Como Fotografar – “Objetivas”

 E assim chegamos a nossa terceira aula! Depois de falar sobre os elementos de uma câmera DSLR e dissertar sobre os sensores que as equipam, vamos tratar neste instante das objetivas ou lentes (nomenclatura vulgar deste componente).
Como eu disse na aula 1, vou subdividir e classificar as objetivas em apenas três categorias: grandes-angulares, normais (ou padrões) e teleobjetivas.
Alguns autores gostam de criar novas categorias, como “ultrateleobjetivas” ou “ultragrande-angular”, mas não vou me preocupar com esses ultra-grandes-superlativos. Desculpem o sarcasmo.
O que todos devem entender, primordialmente, é que o grande motivo que diferencia cada um dos três modelos é o ÂNGULO DE VISÃO.
É por isso que devemos entender o conceito de DISTÂNCIA FOCAL, que é a forma representativa do ângulo de visão que distinguirá cada uma das objetivas.
John Hedgecoe define o que é distância focal:


A distância focal de uma câmera é definida como a distância em milímetros do ponto nodal da objetiva (o ponto a partir de onde os raios de luz que passam pela objetiva parecem vir) até o plano focal (filme) quando a objetiva está focalizada no horizonte distante (denominado infinito.


Trocando em miúdos e sem delongas, o que o consagrado fotógrafo quis ensinar é que a distância focal é aquela entre a objetiva e o filme, no nosso caso, sensor. Basta saber isso.
Mas afinal, qual objetiva deve ser usada em cada situação? No que elas se diferenciam?
Bom, vamos tratar de cada uma expondo suas distinções e os efeitos que provocam na imagem.

GRANDES-ANGULARES: são aquelas que possuem um ângulo de visão maior, mais “aberto”. São indicadas para as fotografias de arquitetura e de ambientes, já que conseguem incluir uma grande quantidade de elementos na foto. O ponto negativo desta objetiva é que para conseguir um ângulo de visão tão grande, o conjunto ótico dela, em regra, provoca distorções na imagem, principalmente nas suas extremidades. Porém, existem as famosas olhos-de-peixe, que são aquelas que, propositalmente, possuem uma distorção parabólica da imagem o que pode causar um efeito diferenciado para a fotografia.
OBS: As grandes-angulares tem o poder de distorcer as proporções entre os elementos da imagem, distanciando os planos da foto.

 Imagem com grande-angular. Distância focal de 10mm. Repare na distorção nas extremidades.

OBJETIVAS NORMAIS ou padrões: possuem distância focal que as assemelham a visão humana (visão central, desconsiderando a periférica). Provocam menos distorção na imagem - o que a torna muito mais natural, sem desproporcionalidades. São muito utilizadas para retratos já que mantém o volume e proporções da face.

Objetiva Normal. Distância focal de 45mm.


TELEOBJETIVAS: são aquelas que diminuem o ângulo de visão e cortam a cena fotografada. Com isso, há uma aproximação dos planos, conseguindo, assim,  revelar detalhes de elementos localizados a longas distâncias. Como ela extrapola os padrões da visão humana, a utilização dessa objetiva gera distorções. Ela aplaina as feições das pessoas quando feitos retratos, não traduzindo uma real proporcionalidade do fotografado. Porém, fazer a opção pelas teleobjetivas gera um desfoque dos planos (menos o focalizado, obviamente), que gera belas imagens.


Teleobjetiva. Distância Focal de 200mm. Grande desfoque nos demais planos.


Essas informações são suficientes para conhecer, de modo geral, como funcionam as objetivas que existem no mercado. É claro que encontramos diversos outros modelos que são variações destas classificações, porém, falaremos deles em outros momentos com menos relevância.

Para entender completamente a distância focal de cada objetiva, devemos nos reportar à aula 2 em que tratei dos sensores das DSLRs. Naquele momento, falei sobre o fator de corte que os dispositivos menores possuem e, consequentemente, atingem diretamente a estrutura da objetiva.
É por isso que no momento da escolha do equipamento, o usuário sempre deverá levar em consideração o multiplicador da distância focal causado pelo fator de corte, já que todo equipamento que está no mercado mostra a distância focal destinada às máquinas full frames e não às cropadas. Ora, uma objetiva 50mm considerada normal ou padrão em uma máquina de quadro cheio, utilizada numa câmera equipada com sensor APS-C e com um fator de corte 1,5x, transforma-se em uma 75mm e que já pode ser considerada uma teleobjetiva. Atenção para isso.

Um comentário:

  1. Utilizarei o post pra justificar que a falta de configuração do texto é por culpa do Blogger.

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